Monte Sinai

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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Epístola aos Gálatas, as ordenanças do Novo Testamento.

Em Gálatas cap. 5 .1 está escrito: Estais, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.
A primeira vista, a leitura desse único versículo dá a impressão que o apóstolo Paulo está orientando os cristãos a ignorarem as ordenanças do NT.
 Caso sintam – se orientados pelo Espírito Santo a fazê – lo, isso não é verdade.
Não é preciso dizer que o apóstolo dos gentios praticava, em plena comunhão com a igreja, as ordenanças ensinadas pelo Senhor Jesus. Não praticava em plena comunhão com a igreja, as ordenanças ensinadas pelo Senhor Jesus. Não só praticava como também ensinava a observação das mesmas de forma corretas. Um exemplo bem claro do seu zelo pelo correto cumprimento das ordenanças é encontrado na primeira carta a Igreja de Coríntios (ICor. 11.17 – 34 ). Nesta epístola lemos o apóstolo repreendendo alguns irmãos que teriam causado transtornos quando participavam da Ceia do Senhor.
Por isso, dizer que este verso de Gálatas 5.1 autoriza qualquer crente a ignorar as ordenanças ensinadas no Novo Testamento é um erro gravíssimo.
Esse equivoco de interpretação ocorre somente se pegarem o referido versículo e isolá – lo das demais passagens constante no mesmo capítulo ou em outros da mesma carta. Portanto é um erro desconsiderar ou deixar de estudar todo o fluxo de pensamento do autor em derredor deste mesmo verso.
Assim, é falta grave para um interprete da Bíblia Sagrada estudar apenas o meio pensamento de uma passagem.
Sendo assim, para interpretar corretamente Gálatas 5.1 o interprete deve considerar este versículo em conjunto com o parágrafo que vem logo depois dele.
Fazendo isto se perceberá logo no próximo verso, ou seja, em Gálatas 5.2 a complementação do versículo anterior.
Percebe-se então, que o julgo a servidão referia – se as ordenanças do NT. Ao contrário a leitura e estudo do pensamento inteiro desse trecho bíblico, fará qualquer estudante entender que esse jugo sobre o qual Paulo recomenda para que a igreja não se submeta a ele, refere – se a imposição da circuncisão sobre os crentes gentios por parte dos judaizantes e o jugo a lei mosaica como requisitos para a salvação.
Assim, Paulo quis ensinar que todos os crentes em Jesus foram libertos da Lei e do pecado para viver uma vida com liberdade e responsabilidade.






Observação de Práticas do Antigo Testamento, quanto ao sacrifícios, ao vestuário e a hábitos alimentares.

Dizer que os cristãos são obrigados a observar ou praticar algumas regras do AT quanto aos sacrifícios, ao uso de vestuário e mesmo a hábitos alimentares, constituí - se  em um erro gravíssimo de interpretação bíblica, principalmente pelo fato de que esse tipo de interprete não considerou o contexto histórico  - cultural ao tentar interpretar a palavra de Deus.
Certamente este entendimento é fruto de leituras de passagens do AT, sem ser considerado o que elas significavam para os leitores originais. Assim ninguém pode desconsiderar ou ignorar o princípio de que as referências de sacrifícios e costumes de passagem vero – testamentárias são fatos históricos e específicos que somente serviu para o povo de Israel, e que no máximo só poderão ser aplicados como instruções para aplicar uma verdade mais ampla.
Além disso, não se pode desconsiderar que as leis cerimoniais dos hebreus já foram cumpridas em Cristo.
Por isso, uma correta interpretação para passagens do AT. Seria considerar pelo menos três processos que determinariam se algum texto é um mandamento a ser observado pelos cristãos, ou se consiste em fato historicamente específico para os leitores originais. Para tanto, a primeira coisa a ser considerada na hora de interpretar essas passagens, seria saber se os trechos lidos tratam - se de uma questão moral ou espiritual; em seguida, teria que confirmar se outros textos da Bíblia, principalmente o NT confirma os referidos ensinos e por fim se um princípio mais amplo é ensinado no contexto. Isso é importante para que o interprete não ensine alguma coisa contrária com o restante de toda a Bíblia.


Canibalismo na Igreja Primitiva?

 A falsa acusação de que o texto de João 6.53 instituiu o canibalismo como um rito da igreja primitiva.
 Atualmente este assunto perece ser irrelevante para estudiosos das escrituras, mas quando estudamos a história da igreja aprendemos que os primeiros cristãos foram ferozmente acusados de canibalismo por celebrarem a Ceia do Senhor com o pão e vinho como símbolos do corpo e sangue do Senhor, pois o próprio Jesus havia dito que quem não comesse a “Carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vidas em vós mesmos.” Estas palavras chocaram os judeus e alguns discípulos que ouviram Jesus na época que a entenderam como sendo literalmente carne e sangue, a ponto de alguns o abandonarem. João 6. 60-66.
Até mesmo os próprios pagãos de Roma entenderam estas mesmas palavras de Cristo como uma incitação ao canibalismo.
Não há dúvida de que esse entendimento de João 6.53 esteja equivocado.
Esse erro de interpretação se deu na verdade porque as palavras “carne” e “sangue” contido no referido verso não foram entendidos como uma expressão figurada.
É impossível o ato de canibalismo ter respaldo bíblico, principalmente pelo fato do próprio Deus ordenar ao seu povo que não consumisse sangue.
Portanto, a expressão “carne” e “sangue” não legitimam o canibalismo por ser este termo uma figura de linguagem que expressa uma verdade espiritual.