Monte Sinai

Monte Sinai

terça-feira, 16 de abril de 2013

A RELAÇÃO ENTRE O EVANGELHO E A LEI (Gl 3.10-18)

 O Evangelho é boas-novas de redenção e da remoção da maldição que a Lei sentenciava (3.10-14). Lembremos-nos que Paulo está respondendo o argumento dos judaizantes, segundo o qual os gentios convertidos a Cristo tinham que se tornam judeus e guardar a Lei (pelo menos em parte), como condição à salvação.

Cristo nos redimiu da maldição da Lei

 Cristo nos redimiu da maldição da Lei, para que a benção de Abraão, que estava "a caminho" de nós, e que foi contida pela sentença da Lei, alcançasse os gentios. Isto quer dizer que a benção estivera disponível para eles, por intermédio de Cristo 93.14). "para que a benção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido."

Como poderemos então ser salvos?

 Há três palavras gregas que na Bíblia são traduzidas pelo vocábulo resgatar. A primeira significa "comprar no mercado de escravos" (1Co 6.20). Éramos escravos do pecado, mas Cristo veio ao mercado de escravos do mundo e pagou o preço de resgate pela nossa libertação. A segunda palavra encontra-se em Gálatas 3.13 e significa "comprar do mercado", isto é, retirando de lá. Cristo nos comprou da mão do  traficante de escravos (Satanás), para nunca mais pôr-nos à venda em mercado algum de escravos. A terceira palavra significa "libertar por meio do pagamento de um resgate" . Todos nós sabemos do elevado preço do nosso resgate efetuado por nosso Senhor Jesus Cristo (1Pe 1.18,19).

Desta maneira, a barreira que excluía os benefícios da graça divina foi removida por Cristo. Agora, tanto judeus como gentios são colocados no mesmo nível diante de Deus, quanto á salvação, para que ambos recebam a promessa do Espírito , pela fé. Quantas pessoas, segundo Gálatas 3.11, foram justificadas pela Lei? Nenhuma. Sugerimos que você leia e decore Gálatas 3.11 e Habacuque 2.4.

UM MERCADO DE ESCRAVOS (Rm 6.15-23)

 O presente texto mostra, na prática a nossa santificação como resultado da nossa escolha. Paulo ilustra este   ponto , expondo o relacionamento entre um servo e o seu senhor (Rm 5.15-23).

 Paulo apresenta o pecado e a obediência a Deus, como dois tipos de patrão (Rm 6.16). Como a pessoa se torna escrava, ou serva de um destes patrões? Pela obediência a um deles. O pecado, paga com a morte. A obediência a Deus conduz à justiça. A morte é o salário do pecado, mas a vida eterna é o dom de Deus por Jesus Cristo. Por isso, o cristão deve dizer "não" ao pecado " Caso contrário, a obediência ao pecado fá-lo-á servo do mesmo.

Antes, escravos;agora, livres

 Éramos escravos do pecado, mas, pela nossa união com Cristo, morremos para a vida velha. O nosso antigo patrão - o pecado, já não pode exigir nada de nós (note no versículo 17, que o tipo de obediência que produz justiça é a obediência à fé e à doutrina segundo o Evangelho).

 O crente deve continuar morto para o pecado e entregue completamente à sua nova vida, como servo de Deus. O cristão prossegue de uma posição justa para uma vida justa (Rm 6.170. Este é o princípio que Paulo apresenta em defesa do Evangelho, tanto na Epístola aos Gálatas como na Epístola aos Romanos. Se queremos uma vida reta e justa, devemos começar por uma posição justa com Deus.

Duas tentações a evitar

 Entre os cristãos existem duas clássicas tentações quanto em discussão, a primeira das quais é dizer: "Eu tenho salvação por fé, portanto, não importa o meu modo de viver". Isto não é bíblico. Como cristãos, somos donos da nossa vida, mas não, escravos do pecado! A nossa redenção não nos torna automaticamente obedientes a Deus. Não somos robôs . Deus não nos força a servi-lo.  Se vamos servir a Deus é porque queremos fazê-lo. A escolha é nossa.

 A segunda tentação é a de pensarmos que estamos conservando a nossa salvação  através das boas obras. Achamos em Cristo a nossa verdadeira liberdade, mas devemos render-nos ao nosso novo Senhor em obediência voluntária (Rm 6.17).

Uma ilustração importante

 Um médico cristão da cidade de Londres, na Inglaterra, ilustrou a Lei da Liberdade Cristã (Tg 1.25), através de uma experiência interessante. Ele recebera de presente um bonito cão de raça, e costumava, a princípio, levá-lo a passear todas as tardes, preso a uma corrente. Ele continuou fazendo isso por várias semanas até que o cão se acostumou com ele, até o dia em que já não dependia da corrente para acompanhar o seu dono.

 Logo que o cão achou-se na rua, sem  a " lei" da corrente para segurá-lo, correu para longe. Parecia que fugira para sempre, porém, tal não sucedeu. Logo depois, voltou, e, muito satisfeito, acompanhou o seu dono, submisso à sua direção. Uma lei mais forte do que a corrente o prendia agora: era a lei do amor.

 Dizia então o referido cristão que, havia em Londres três tipos de cães: os cães errantes, sem dono, que tinha liberdade sem lei ; os cães presos por correntes, que tinham lei sem liberdade, e os cães soltos, que seguiam seus donos, que podiam fugir, mas escolhiam não fazê-lo. Estavam presos pelo amor, pela lei da liberdade.

A lei da liberdade

 A lei da liberdade é mais santa e mais poderosa do que qualquer outro código de regulamentos. O cristãos que espera encontrar no NT um novo código de leis e regulamentos, não tem compreendido a lei da liberdade cristã, que ensina o discípulo fiel e sincero e consultar, não um código das regras, mas a vontade do Salvador amado.
O ímpio tem liberdade sem lei. O judeu tinha lei sem liberdade: o cristão nascido de novo tem  a lei da liberdade. O domínio de Cristo sobre nós coloca-nos sob uma lei pessoal mui elevada, pois, trata-se de união espiritual com Ele. É a liberdade com lei - lei de Cristo (Leia 1Co9.21; Rm 7.22 e Gl 6.2).

 A salvação é uma transferência de senhorio. Tanto debaixo da Lei, como debaixo da Graça, o homem é um servo (Rm 6.14,15). A diferença está na orientação da vida: para o pecado ou para Deus. A nossa salvação significa uma mudança de gerência. Daqui em diante somos servos (Rm 6.18).

O SIGNIFICADO DO BATISMO (Rm 6.1-14)

 Em Romanos 5.20, Paulo descreve o princípio da graça de Deus operando na vida do crente."...onde abundou o pecado, superabundou a graça". Compreendendo que alguns poderiam interpretar este princípio de forma incorreta, no capítulo 6.1,2, ele mostra de que modo a graça divina se manifesta e age. Mostra que o verdadeiro crente não pode viver mais no pecado, pois, está morto para o mundo. Mostra ainda que a morte e a ressurreição de Cristo libertam o crente do pecado e dão nova vida.

O batismo em água

 Paulo fala da experiência e significado do batismo em água (Rm 6.3), como uma razão poderosa para não vivermos mais no pecado. Segundo o apóstolo, fomos batizados para a união com Cristo-na sua Sua morte (Rm 6.3). A nossa posição como estando "em" Cristo, significa que estamos mortos para o pecado.

O batismo em água é um mandamento do Senhor para os que aceitam a Cristo (Mt 28.19,20). A obediência a este mandamento como parte da confissão da nossa fé em Cristo é-nos de grande valor espiritual. Devemos ensinar com profundidade a todos os crentes, o significado bíblico do batismo. Se de fato entendermos o seu significado, o batismo fortalecerá a nossa fé e gerará convicção para vivermos pra Cristo.

Testemunho de uma nova vida

O batismo em água é um testemunho público que indica havermos morrido para o pecado e começado a viver uma nova vida em Cristo. Expressa também a nossa plena identificação e experiência com Cristo, começando com a nossa morte com Ele (Rm 6.3).

 As palavras "sepultados com ele na morte pelo batismo", mostram com o batismo em definitivo atesta a nossa posição e atitude relativas ao pecado (Rm 6.4). O batismo é uma espécie de "Certidão de Óbito"
do crente ante o mundo. É uma prova de que aceitamos a morte de Cristo pelo como sendo a nossa própria morte. Assim sendo, como poderemos viver no pecado, nós que para ele morremos? (Rm 6.2).

O batismo por imersão

Há diferente formas de batismo nas diversas igrejas cristãs Uma derrama água sobre a cabeça do batizando, outra esparge água sobre a cabeça dele, e outras imergem totalmente as águas.
A imersão é fundamentalmente bíblica, retratando claramente a união do crente com Cristo na Sua morte e ressurreição. O batismo em água é um símbolo exterior da nossa morte, sepultamento e ressurreição com Cristo. A descida nas águas simboliza a nossa morte com Cristo ; a imersão, o sepultamento; e , saída das águas, as ressurreição com Cristo, pra uma nova vida (Cl 2.12; Rm 6.4).